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MINERAÇÃO - GRANDES TEMAS

10/01/2023

Mineração e os grandes temas (inter)nacionais

 

O dirigente disse que o IBRAM e a mineração do Brasil estará cada vez mais envolvida nos grandes temas (inter)nacionais, como a proteção e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ele anuncia que o IBRAM, em articulação com outras organizações, públicas e privadas, vai organizar, em agosto, em Belém (PA), a Conferência Internacional Amazônica e Bioeconomia. O evento pretende contribuir efetivamente  para os debates voltados à construção de políticas públicas, visando o estímulo e a viabilização da bioeconomia como alternativa econômica viável na Amazônia. Clique aqui e saiba mais.

A perspectiva do Brasil se situar entre os líderes no fornecimento de minérios estratégicos para o cumprimento dos compromissos de agendas globais - como a de mudanças climáticas, descarbonização e eletrificação - foi também mencionado pelo dirigente. Ele defende uma política mais agressiva para a produção de minerais críticos, como nióbio, tântalo, lítio, grafite, e outros, que poderiam agregar mais peso no valor da produção e na exportação. Jungmann salientou, ainda, a necessidade de o Brasil ampliar a produção de minérios utilizados para fabricar fertilizantes, já que o país é importador em larga escala desses minérios e também do produto acabado.

O diretor-presidente do IBRAM também enfatiza, na entrevista ao Valor, o combate ao garimpo ilegal. “Nossa posição é radical com o garimpo ilegal. A atividade é crime e caso de polícia”, afirma. Raul Jungmann lembra que o IBRAM tem buscado articulação com organizações e o governo federal - além de contatos no exterior - para inibir tanto o garimpo ilegal quanto a comercialização de ouro proveniente dessa fonte criminosa.

A partir da iniciativa do IBRAM, foi feito um pedido às autoridades para investigarem e auditarem as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). Além disso, foi criado um comitê reunindo joalherias e mineradoras para tratar da comercialização de ouro. “Fomos até a Suíça, pois 50% da exportação destinada ao país é de ouro ilegal e fizemos reuniões com o governo, com o setor privado e ONGs”, diz Jungmann.

O dirigente fala também sobre os avanços da Agenda ESG da Mineração do Brasil e destacou que este projeto está promovendo transformações positivas no setor e cada etapa da estruturação da agenda está sendo comunicada à sociedade. O IBRAM, diz, conta com apoio da consultoria Falconi para esta estruturação da agenda de compromissos, metas e indicadores em doze áreas, como uso de energia e de água; a alocação dos rejeitos; relacionamento com comunidade;, desenvolvimento territorial; diversidade e inclusão; segurança de processos, entre outras.

Desempenho em 2022 e perspectivas para 2023

 

Raul Jungmann apresentou na entrevista um panorama da mineração brasileira no último ano e as perspectivas do setor para 2023.

“A indústria mineral no país teve, em 2022, um desempenho menos dourado do que o do ano anterior. Minerais e metais ainda tiveram preços elevados com a guerra na Ucrânia, mas, a partir de maio, houve desaceleração. Para 2023, diante do cenário de instabilidade mundial, de como ficar a economia chinesa e a situação na Europa, a tendência é repetir 2022”, diz.

Jungmann afirmou que a mineração no Brasil fechou o último ano com retração de 26,3% no faturamento, que totalizou R$ 250 bilhões. E também lembrou que em 2021, a mineração registrou faturamento recorde, de R$ 339 bilhões. “A desaceleração veio com a menor produção de aço na China, decorrente das restrições da política contra covid, o que levou a um forte recuo no preço médio do minério de ferro. Este minério responde por 73% das divisas de exportação do setor. Outro fator foi a guerra na Ucrânia”, diz.